19 julho 2007

Viva o Rei!!

Penso rápido nesta noite que se arrasta lenta e caprichosa.
Sinto a tua falta, tal qual me tenho vindo a ensinar a sentir.
Reino sem rei.
Reino sem rei.
Estas palavras ainda ressoam em mim. REINO SEM REI.
Será o meu Amor um reino sem rei?

10 maio 2007

Metade

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
pois metade de mim é o que eu grito
a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a pessoa que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
pois metade de mim é partida
a outra metade é saudade.

Que as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
pois metade de mim é o que ouço
a outra metade é o que calo.

Que a minha vontade de ir embora
se transforme na calma e paz que mereço
que a tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
a outra metade um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
e o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
pois metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o seu silêncio me fale cada vez mais
pois metade de mim é abrigo
a outra metade é cansaço.

Que a arte me aponte uma resposta
mesmo que ela mesma não saiba
e que ninguém a tente complicar
pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
pois metade de mim é platéia
a outra metade é canção.

Que a minha loucura seja perdoada
pois metade de mim é amor
e a outra metade também...

Oswaldo Montenegro
Quimera ogival
De palavras mansas.
Tempestade de emoções sabidas. Mortas.

14 setembro 2006

Agora sou eu


Pensei. Mais um pouco. Pensei e nem sequer notei.
Dias iguais. Dias distantes. Nunca o ontem me pareceu tão longe.
Hoje que me sinto pouco capaz de trocar palavras com a imaginação, cresce a vontade de gritar por mim, de lutar por mim.
Faço do meu descontentamento, da minha dor, do meu rancor, o motor da mudança.
Tudo. Nada.
Nada. Tudo.
Basta!
Hoje sou só eu. Hoje sou o princípio, o meio e o fim. Hoje sou eu.

03 julho 2006

Entre a terra e o céu













Entre as dunas verdes, ladeados pelos pinheiros mansos, a tua presença sentia-se mais que o Sol a pique ou o vento húmido que soprava vindo do mar. O teu olhar tenso atravessava a pequena depressão entre os montes fabricados, cego para a realidade que acabaras de conhecer. A tua roupa vermelha contrastava com o verde fresco, intenso.
Aproximo-me de ti com toda a coragem que me resta.
Com um movimento rápido ergues-te do chão.
- Como foi acontecer? – Perguntas desconfortável, repreendendo-me com o olhar, como se de alguma forma, como se por um passe de magia, tudo pudesse voltar a ser como era antes.
O medo apoderou-se de mim. O medo de ouvir o que realmente queres dizer, e o embaraço da minha própria existência, agora, inevitavelmente ligada a ti, cresci-a.
- Sei lá. - Respondi nervoso, mostrando a minha impotência perante a verdade.
As palavras sufocavam-te. Sufocavam-me. Palavras que teimavas em não soltar. Gritas-te. Um grito surdo que só eu conseguia ouvir. Corpo e alma em agonia.
Quis também gritar, mas só a lágrimas me permiti.
Por mim. Pela minha sorte por tudo o que vivi e não senti, chorei. Chorei por ti.
- Desculpa. - Repliquei.
Rendido à desilusão e ao sofrimento, senti o teu olhar. Com um movimento fraco e inseguro ergui os olhos encharcados ao encontro dos teus.
Vi uma lágrima que rolava pelo teu rosto e no momento em que os nossos olhos se cruzaram, a tua mão tocou levemente a minha. Uma paz expectante encheu-me o peito, quase me impedindo de respirar. És tu? E num instante, com uma doçura que nunca tinha provado, com um calor que nunca me tinha queimado, provei o teu beijo e o tempo parou.
Ficamos caídos, algures entre a terra e o céu.
- Confias em mim? Confias em nós?

24 junho 2006

Nó na garganta


Esqueci como era antes.
Antes não era assim.
Eu estava lá, tu também, porém, esqueci.

Não sei quando descobri, mas sei que não te esqueço,
Preso ao meu presente, também tu tens um preço.

Desejo caro e ambicioso, para alguém tão fraco como eu.
Estás comigo, nunca apareces, mas não deixas de ser meu.

Sinto-te mais, apertas forte, como um nó na garganta
És diferente, excitante, mas isso não me espanta.

Agora vejo o teu lado, simplesmente és assim.
Verdadeiro e orgulhoso,
Um dia virás a mim.

19 junho 2006

Desequilíbrio


Mais um dia.
Mais um dia de instabilidade camuflado na estabilidade do tempo.

Os olhos estão postos em mim, como sempre estiveram e sempre estarão. Olhos de quem olha esperando uma tentativa de fuga.
Hoje sinto-me prisioneiro dos meus medos, e todos os que me rodeiam são os meus carcereiros.

O desequilíbrio é maior, a instabilidade cresce e o tempo não pára.

Preciso de falar, ninguém dá por nada.
A afirmação está para breve.
O tempo não pára.
A fuga aproxima-se.
O plano está traçado.
Vou ser feliz.
Tenho medo.

14 junho 2006

Irritado ou...

Irritado.
Medianamente irritado.
Medianamente é como dizer: irritado o suficiente para escrever sobre isso mesmo, a minha irritação.

Conversas parvas, conversas em que as palavras ficam muito longe dos pensamentos e das vontades.

Mais uma vez o problema é meu.

Problemas irritam.

A irritação provoca mudança.

A mudança incomoda.

A mudança causa incerteza.

A incerteza provoca irritação.

Definitivamente, estou irritado.

Conversas irritantes. Venham mais.

(Estou parvo!!!)

12 junho 2006

Gostei


Gostei do passeio por Lisboa. Gostei de subir e descer a cidade na tua companhia. Gostei até quando caí naquelas escadas. A marca no joelho ainda lá está. Gostei. Faz-me lembrar que aconteceu, contigo.
Gostei do café que bebemos e da tua mão a tocar-me acidentalmente na perna.
Gostei do franzir dos teus olhos aos rigores do Sol. Da tua pele morena, do teu jeito ligeiro, do teu sorriso franco, das tuas palavras desafiadoras.

Só não gostei do teu silêncio no regresso. Esse silêncio ansioso, que não se justifica, mas que não se consegue evitar. Logo comigo, logo comigo esse silêncio, eu que queria tanto falar.
Em que pensavas? Em quem? Em quê? Tenho ciúmes, sim.
Pensarias em mim?
Eu penso tanto em ti.
Sim, amo-te.
Somos amigos.
E depois?

Um salto, separa-me de ti. Separa-me do viver, do sentir, do amar.
Um salto.
Um salto que mesmo antes de o ser já o é.
Um salto.
Um salto para onde estou e de onde nunca quero partir.
Um salto.
Um salto separa-me de mim.

O hábito...

...faz o monge.

A "rotina" mata uns, atormenta outros, a mim... bem... não sei bem o que me faz.

Hoje sinto-me totalmente rendido à "rotina".

Pareço não querer tolerar o descanso merecido, nem o sossego do meu quarto, a TV sedativa ou conforto da minha cama.

Hoje que me sinto impregnado pelo espírito da determinação, só me apetece manda-lo para o sítio de onde veio, e mais uma vez, voltar a entregar-me às facilidades dos fumos, dos cafés, dos risos leves, dos amigos sempre dispostos a serem amigos.

Lá vem a consciência!

Que se foda a consciência, já não vou mesmo sair.

18 maio 2006

Amor e Sexo

Amor é um livro - Sexo é esporte
Sexo é escolha - Amor é sorte
Amor é pensamento, teorema
Amor é novela - Sexo é cinema
Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa - Sexo é poesia
O amor nos torna patéticos
Sexo é uma selva de epiléticos

Amor é cristão - Sexo é pagão
Amor é latifúndio - Sexo é invasão
Amor é divino - Sexo é animal
Amor é bossa nova - Sexo é carnaval

Amor é para sempre - Sexo também
Sexo é do bom - Amor é do bem
Amor sem sexo é amizade
Sexo sem amor é vontade
Amor é um - Sexo é dois
Sexo antes - Amor depois
Sexo vem dos outros e vai embora
Amor vem de nós e demora

Rita Lee / Roberto de Carvalho / Arnaldo Jabor

17 maio 2006

Perigo

Calor da manhã

O Sol estava quente, como tem estado ultimamente. A t-shirt incomoda a pele quente. A cabeça balança entre este mundo e o dos sonhos, perdida na apatia própria da manhã.
Agora lá estas tu.
Como és bela e rude.
Ainda bem que te vi.

15 maio 2006

Viva! Cheguei...

Ora bem...
Esta é a minha primeira vez. Até agora tudo bem. Tudo calmo... tá a correr bem.
Explorar um espaço cibernético.
Que engraçado, ahn!!!